A vitória do aprendiz contra o seu mestre na Inglaterra - Análise tática de Arsenal 2 x 0 Manchester City - Semifinal da FA Cup
Arteta domina equipe de Guardiola e leva Arsenal para uma decisão em sua primeira temporada como técnico de futebol
Foto/Reprodução |
Em jogo disputado no Wembley válido pelas semifinais da FA Cup (Copa da Inglaterra), Manchester City e Arsenal se enfrentaram buscando a vaga na final para encaminhar uma chance real de título na temporada 2019/2020, visto que o Liverpool dominou a Premier League e não ofereceu chances aos rivais. O jogo colocou frente a frente os técnicos Pep Guardiola e Mikel Arteta, professor e aprendiz, em mais uma duelo tático e estratégico.
ESCALAÇÕES INICIAIS
ANÁLISE TÁTICA
- Estratégias iniciais
O Manchester City entrou em campo de forma tradicional, com formação 4-2-3-1 e estilo
de jogo característico, com muita posse de bola e vários toques nas criações de
jogada. Gabriel Jesus foi titular e esteve posicionado na sua posição de
origem, à frente de David Silva pelo centro, Sterling na esquerda e Mahrez na direita.
Entretanto,
a equipe de Guardiola acabou sendo surpreendida pelo comportamento do Arsenal. Mikel
Arteta entrou com formação 3-4-3, deixando Tierney, David Luiz e Mustafi
atuando como zagueiros. O trio ofensivo foi formado por Pepé, Lacazette e Aubameyang.
Entretanto, cabe observar que sem a bola, a formação tática era adaptada para o
4-5-1.
- A surpresa de Arteta: Imposição dos Gunners
Os primeiros minutos do 1º tempo estavam confirmando o favoritismo do Manchester City, que chegou com boas finalizações em bolas áreas. Porém, a situação rapidamente começou a ser modificada quando o Arsenal achou o “caminho do gol” através de sua estratégia.
Com uma
escalação defensiva e marcação em seu próprio campo, a equipe de Arteta
indicava que apostaria nos contra-ataques em alta velocidade e saídas nas
costas dos marcadores assim que houvessem oportunidades.
Desta forma, a equipe
conseguiu marcar aos 19’, no cruzamento de Pepé para Aubameyang finalizar e
abrir o placar. Repare que o atacante esteve posicionado como se não fosse
participar do lance, surpreendendo seu marcador.
O primeiro
tempo de Guardiola acabou sendo comprometido após o gol sofrido, devido ao
controle dos Gunners em relação ao volume de jogo. Foram três finalizações
certas do Arsenal contra zero dos Citzens.
Além
disso, cabe observar que havia mais um ponto em comum nas ações ofensivas do
Arsenal durante todo o jogo: o lado esquerdo do ataque amplamente dominado pela
equipe, permitindo 60% de aproveitamento nos cruzamentos apenas nos primeiros
45’ iniciais. Cabe destacar aqui a participação de Lacazette fortalecendo
consideravelmente o meio-campo.
- Reação frustrada de Guardiola
No 2º
tempo, a situação ficou ainda mais evidente. O Arsenal adotou ainda mais a
formação defensiva 4-5-1, permitindo o controle da posse para o Manchester
City, que ficou com domínio da bola por ¾ deste período chutando 11 vezes ao
gol.
A partida foi definida na metade do 2º tempo em contra-ataque fatal do Arsenal. Na única chance real de gol para os Gunners, Tierney disparou pelo campo e cruzou para Aubameyang marcar o segundo e decisivo gol do confronto, minutos após Rodri e Phil Foden terem sido acionados por Guardiola nos lugares de Gundogan e Mahrez.
Distância no momento do cruzamento |
Distância no momento em que a bola chega para Aubameyang |
Distância no momento em que Aubameyang chega na grande área |
- Destaques finais
O Manchester City encontrou pouco espaço para finalizar, resultando em 10
finalizações erradas e apenas uma chance real durante todo o 2º tempo. Além
disso, a equipe teve que abusar do jogo aéreo para tentar achar o caminho do
gol, com 29 cruzamentos e baixo aproveitamento de 31%.
Ainda assim, cabe ressaltar a excelente atuação que Kevin de Bruyne teve pelo City. Em mais uma partida consistente, o jogador tocou 91 vezes na bola e acertou 47 passes. Foi o principal articulador de jogadas ofensivas dos Citzens e o que mais acertou cruzamentos, além de ter sido responsável pelas principais chances de gol e ter dominado o setor direito do ataque no 2º tempo.
A derrota mostrou que Guardiola poderá sofrer em determinados jogos da mesma forma que o Liverpool sofreu na derrota para o Atlético de Madrid na UEFA Champions League. Enfrentar uma defesa fortemente compactada e consistente acaba rendendo em problemas para criação de jogadas e queda no desempenho técnico da equipe inteira.
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